quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Poema Intuitivo

O futuro mandou flores
E uma carta de tarô
De mensagens repleta,
Que a mim não pertencem.
Na confusão do presente,
Eu poderia ser preso
Pela ideia intrusa;
Cigana figura,
Proibida leitura
De correspondência alheia.

domingo, 2 de outubro de 2011

Impulsação Real

Brado incontido
Calma, meu povo!
Que diz: não é justo.
Impulso atrevido
E justo agora?
Não sigam a sina!
Guilhajustina
Rei resistivo
Por ordem divina
Justa mortalha
Cabeças rolando
De baixo pra cima
Hematocalma,
Trégua sanguínea.

Justamorto

Sentenças concisas
Finas dores senti,
Os vasos de zinco
Dias inteiros
Tilintavam vazios,
Maré do meu fim.
E no eco da fé
Ondas reveladoras
Do que não tem prazo...
Miragem leve, vazia
De boa noite.

sábado, 25 de junho de 2011

Coração-Destino

Remetente escondido:
Alameda das Rosas,
Sem bairro, sem número,
Os moradores são flores
E o teu perfume
É tão meu segredo.

Nem chega, nem volta
Carteiro perdido
Envelope disforme.
Avenida Cava,
Em peito profundo
O inadiável.

Quieta esperando
Ao destino chegar
E despetalar
Ao não ver batimentos?
É toleima mudar
O secreto endereço.

Sem selo, sem pressa;
Do amor remetido
Espera a chegada,
Avenida Vala,
Em peito o destino,
Encontro sagrado.

sábado, 14 de maio de 2011

Fechar de Olhos

Após superar o desconhecido
Meus pasmos olhos abriram
E fui detido pelo imensurável:
Que o tempo do relógio
Tem minutos clandestinos,
E que não adiantam...
As tuas lentas lembranças
Impedem o esquecimento
Do amor aqui desperto;
Nossos misteriosos caminhos
Cruzarão próximo ao fim
Da fatídica estrada,
E meus olhos poderão
Fechar em paz.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sentença Temporal

Lembrei-me do moroso dia
Em que o tempo fechou
E padeci na sala de espera:
- Lamentamos, senhor.
E encerrou-se em mim
Desejo de ser infinito...
Pelo tempo das águas
Ajustei relógio;
A chuva de lembranças,
Desliza em espiral
E esqueço o que vim fazer aqui.